Flashback

Onde trabalho cruzo-me muitas vezes com imagens de outros tempos. E espanto-me com as mudanças na fisionomia, nos hábitos, e na paisagem. Outro dia tropecei, uma vez mais, numa imagem de 1920 que me faz sempre sorrir: uma varina sentada com o seu bebé deitado na canasta. A mulher de traços rudes e mãos calejadas imortalizou o sorriso para a posteridade. E eu, sorrio  porque imagino as suas mãos duras amolecidas em carícias  às crianças.
Ontem à saída do metro vi essa imagem repetida na figura de uma mulher chinesa que acocorada vigiava a mercadoria de meias e camisolas. A seu lado, deitado numa caixa de fruta estava um bebé.
E eu sorri.
A história repete-se sempre na vida dos que ganham os dias com o suor do seu trabalho.

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