Chegaram devagarinho, a empurrar um carrinho fumegante a anunciar o café, chá e leite quente tão apetecido nesta manhã fria. Eram duas. De bata amarela cor de gelado de Verão, teriam certamente mais de 60 anos e uma vida feita de dias bons e outros assim-assim. Encheram a sala de risos e graças e parecia que tinha nascido o Sol novamente. Inclinavam-se para falar com os mais velhos, ajeitavam copos de plástico a ameaçar cair de mãos trémulas, desdobravam-se em sorrisos e pacotes de açúcar. Distribuiram, sem alarido mas com graça, pacotes finos de bolachas de água e sal acompanhados de duas palavrinhas calorosas e uns minutos de atenção. Por detrás do meu livro, via o cuidado que punham no arrumo do carro, nas dobras dos guardanapos e nas palavras amáveis que distribuiam. Eram duas. Voluntárias no Hospital de Santa Marta.
Chegaram devagarinho, a empurrar um carrinho fumegante a anunciar o café, chá e leite quente tão apetecido nesta manhã fria. Eram duas. De bata amarela cor de gelado de Verão, teriam certamente mais de 60 anos e uma vida feita de dias bons e outros assim-assim. Encheram a sala de risos e graças e parecia que tinha nascido o Sol novamente. Inclinavam-se para falar com os mais velhos, ajeitavam copos de plástico a ameaçar cair de mãos trémulas, desdobravam-se em sorrisos e pacotes de açúcar. Distribuiram, sem alarido mas com graça, pacotes finos de bolachas de água e sal acompanhados de duas palavrinhas calorosas e uns minutos de atenção. Por detrás do meu livro, via o cuidado que punham no arrumo do carro, nas dobras dos guardanapos e nas palavras amáveis que distribuiam. Eram duas. Voluntárias no Hospital de Santa Marta. 
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