
Eram duas. Pararam a vespa colorida
coladinha a mim no semáforo. Pela janela entrou o vento quente e depois o riso. Eram duas, conseguia ver-lhes as unhas pintadas de rosa e ouvir-lhes as
risadas. Falavam dos amores do liceu, das notas, da escola que estava a chegar ao fim. E riam, interrompendo o
bruá do trânsito e a impaciência da tarde que teimava em não chegar ao fim. Riam alto, um riso chilreante, um riso feito de cores, um riso a cheirar a pastilha elástica. Eram duas meninas flor. Duas meninas em plena Primavera.
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